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Arquitetos: Hamdy El-Setouhy, Oriental Group Architects
- Área: 800 m²
- Ano: 2019
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Fotografias:Mohad Elsharkawy, Hamdy El-Setouhy, Mahmoud Kamel Hassan
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta revitalização em Fayoum, Egito, visa criar um projeto piloto em contextos de especificidade. O valioso distrito incuba oficinas de cerâmica que produzem elementos especiais usados na construção desde a Antiga Civilização Egípcia. Dessa forma, a técnica de construção atualizada, que melhorou o material de ligação colando os elementos cerâmicos com a ajuda de experimentos de laboratório, manteve a técnica tradicional. Além disso, novas formas foram introduzidas para a construção de coberturas, o que permitiu à comunidade local explorar uma gama mais ampla de vãos, introduzindo cúpulas e abóbadas construídas por elementos cerâmicos.
O projeto foi iniciado pelo Arq. El-Setouhy e visa envolver a comunidade local em um processo participativo o qual permite que os moradores da comunidade aprendam, apreciem, criem e governem seus produtos culturais, capacitando-os a alcançar os três pilares da sustentabilidade do projeto, sustentação social, econômica e ambiental. O projeto recebeu o segundo lugar no Prêmio Internacional de Arquitetura de Baku em 2019, Categoria A, com o apoio da UIA, por criar um núcleo de desenvolvimento ambiental sustentável que tem muitos impactos positivos em toda a região.
O projeto foi indicado para receber o Prêmio Aga-Khan no último ciclo de 2022. Além disso, foi selecionado para o Prêmio da Associação Árabe na mesma época. A intensa cobertura da mídia e as frequentes visitas acadêmicas atraíram a atenção local e internacional para a vila, explorando o potencial do projeto. A sua genialidade está no típico elemento utilizado como material de construção. Cada pote tem um diâmetro de 25cm, com a espessura do material argiloso de 7 mm e uma cavidade oca.
O intertravamento dos elementos forma um arco contínuo, que cria um mecanismo de suporte de carga. As variações e repetições dos elementos de suporte geram diferentes espaços e coberturas. A sustentabilidade climática decorre do processo de desperdício zero adotado na técnica construtiva. O visitante testemunha uma poderosa natureza climática preocupada com o ambiente em termos de adequação das temperaturas internas e coerência com o entorno.
As iterações geométricas na construção da cobertura, que criaram radiações solares difusas na edificação, adicionaram uma camada importante para atingir temperaturas mais baixas no interior dos volumes. Essa manipulação do telhado resulta em menos transferência de calor para os espaços internos do que o convencional concreto e modos de construção de tijolos de barro. O projeto criou um processo de redescoberta de um bem patrimonial e de capitalização do arquiteto através de uma metodologia participativa de uma prática familiar de construção em vias de extinção, de uma forma contemporânea que explora valores estéticos arquitetônicos e experiências espaciais ousadas.